A série Reacher, baseada nos best-sellers de Lee Child, chegou à tela em 2022 com uma proposta ambiciosa: trazer o icônico Jack Reacher para a televisão de forma fiel ao espírito dos livros, mas com uma roupagem moderna e cinematográfica. Com três temporadas lançadas até 2025, a produção conquistou tanto os fãs dos romances quanto novos espectadores, mas também gerou debates sobre suas escolhas criativas. Aqui, vamos explorar os pontos altos e baixos desta adaptação, além de destacar o trabalho impressionante de Allan Ritchson no papel-título.
A Trama e os Personagens

Reacher segue as aventuras do ex-militar Jack Reacher, um homem gigante, enigmático e extremamente inteligente, que viaja pelos Estados Unidos sem rumo fixo. Em cada temporada, ele se envolve em mistérios complexos, geralmente relacionados a crimes brutais ou conspirações maiores. A primeira temporada foi adaptada diretamente do romance Killing Floor, enquanto a segunda abordou elementos de Bad Luck and Trouble. Cada episódio é recheado de reviravoltas, tiroteios e diálogos afiados, mantendo o público grudado na tela.
O elenco secundário merece destaque. Willa Fitzgerald, como Roscoe Conklin, entrega uma atuação sólida e cheia de camadas, equilibrando bem o peso emocional e a força de sua personagem. Malcolm Goodwin, interpretando o detetive Oscar Finlay, traz humor e humanidade à série, sendo o contraponto perfeito para a seriedade estoica de Reacher. Além disso, Maria Sten, como Frances Neagley, uma ex-colega de Reacher das Forças Especiais, rouba a cena com sua presença marcante e química instantânea com Ritchson.
Allan Ritchson: O Coração da Série

Não há como falar de Reacher sem mencionar Allan Ritchson, cuja transformação física e emocional para o papel é digna de aplausos. Ritchson não apenas incorporou a imponência física de Reacher — com seus mais de 1,90m de altura e músculos treinados — como também mergulhou fundo na psicologia do personagem. Ele passou meses treinando artes marciais, boxe e tiro, além de adotar uma dieta rigorosa para alcançar a aparência intimidadora exigida pelo papel. Mas o que realmente impressiona é sua capacidade de transmitir a essência de Reacher: um homem calado, observador e letal quando necessário, mas também dotado de um senso de justiça inabalável e um código moral intransigente.
Ritchson consegue capturar o carisma discreto de Reacher, tornando-o ao mesmo tempo intimidador e cativante. Seus olhares silenciosos e expressões faciais dizem mais do que qualquer diálogo, e isso é crucial para manter a autenticidade do personagem. Ele não é apenas um lutador formidável; é um estrategista brilhante, e Ritchson entrega isso com maestria.
Os Acertos da Série

Um dos grandes trunfos de Reacher é sua direção. Sob a batuta de Nick Santora, criador e showrunner, a série adota um estilo visual que lembra filmes de ação dos anos 1990, com tomadas longas e sequências coreografadas de luta que evitam excessos de CGI. Isso dá uma sensação visceral e realista às cenas de combate, algo que muitas produções modernas deixaram de lado. A fotografia também merece elogios, especialmente nas paisagens rurais e pequenas cidades americanas que servem de pano de fundo para as histórias.
Outro ponto forte é o ritmo da narrativa. Apesar de que algumas subtramas poderiam ser mais ágeis, a série sabe quando acelerar e quando dar espaço para momentos de reflexão. Os roteiros são bem escritos, com diálogos que ecoam a prosa direta e eficiente de Lee Child. Além disso, a música incidental, adiciona tensão e dramaticidade aos momentos-chave.
Os Defeitos

Porém, nem tudo são flores. Um dos principais problemas de Reacher é sua tendência a alongar certas histórias, especialmente na segunda temporada. Algumas cenas parecem repetitivas, e certos vilões carecem de profundidade, servindo apenas como obstáculos genéricos para o protagonista. Além disso, a série às vezes tropeça ao tentar balancear a violência explícita com momentos de leveza. Embora seja compreensível dada a natureza dos livros, alguns espectadores podem achar que certas cenas ultrapassam o limite do necessário.
Outro ponto negativo é a construção do próprio Reacher. Apesar de ser um herói forte e cativante, ele carece de camadas mais profundas em sua personalidade. Não há traumas marcantes ou dilemas internos que pudessem torná-lo mais humano e interessante. Ele é quase invulnerável, o que funciona bem para cenas de ação, mas tira um pouco da complexidade que poderia enriquecer o personagem.
Conclusão
No geral, Reacher é uma série que entrega exatamente o que promete: uma experiência de ação intensa, personagens intrigantes e um protagonista carismático. Allan Ritchson eleva a produção a outro nível com sua performance dedicada e fisicamente impressionante. Apesar de alguns tropeços na execução, a série tem todos os ingredientes para se tornar um clássico moderno do gênero.
Se você é fã de thrillers repletos de adrenalina e quer ver um herói antigo ganhar vida de maneira nova, Reacher é uma ótima pedida. E, claro, vale a pena conferir a preparação meticulosa de Allan Ritchson, que prova que ele nasceu para interpretar esse papel.
Nota no IMDb: 8.0/10
E aí, o que achou do Review? Já assistiu Reacher? Conta pra nós nos comentários!
Pretendo assistir em breve!