Prepare-se para uma imersão visceral no universo de Predador como você nunca viu antes. Predador: Assassino de Assassinos (2025) não é apenas mais um capítulo na saga do caçador alienígena; é uma ousada e sangrenta antologia animada que, sob a batuta de Dan Trachtenberg, eleva a franquia a novos patamares de violência e criatividade visual. Com narrativas que atravessam eras e culturas, este filme prova que a essência brutal e implacável do Yautja pode ser capturada com maestria através da animação, entregando uma experiência que é ao mesmo tempo familiar e surpreendentemente fresca.
A Visão por Trás da Máscara: Direção e Estilo de Animação

Dan Trachtenberg, que já havia revitalizado a franquia com o aclamado O Predador: A Caçada (2022), retorna para co-dirigir Assassino de Assassinos ao lado de Joshua Wassung. A decisão de optar pela animação é, sem dúvida, um dos maiores acertos do projeto. Longe de suavizar a violência característica da série, o formato animado permite uma liberdade criativa sem precedentes, possibilitando sequências de ação que seriam proibitivamente caras ou complexas em live-action. O resultado é um espetáculo visual que explora diferentes estilos artísticos para cada segmento, mantendo uma coesão temática através da brutalidade e da tensão.
A animação é um show à parte. Em A Caçada, Trachtenberg já demonstrava um olhar apurado para o uso da cor, especialmente o verde fluorescente do sangue do Predador. Aqui, essa atenção se expande, com paletas de cores que se adaptam perfeitamente aos cenários distintos de cada história – do gelo ártico ao Japão feudal, passando pelos céus da Segunda Guerra Mundial. Há momentos de pura genialidade visual, como a divisão de tela que mostra a ação acima e abaixo de um lago congelado, um deleite para os olhos que demonstra o potencial inexplorado da franquia em um meio diferente. A direção de Trachtenberg e Wassung é assertiva, sabendo exatamente como extrair o máximo do potencial da animação para entregar cenas de combate dinâmicas e impactantes, sem nunca perder a essência do Predador como uma força imparável da natureza.
Elenco de Voz e Personagens: Ecos de Humanidade na Caçada

Embora seja uma animação, o elenco de voz desempenha um papel crucial em dar vida aos personagens e às suas jornadas. Michael Biehn, uma figura icônica do cinema de ação e ficção científica, empresta sua voz a Vandy, enquanto Rick Gonzalez dá vida a Torres. Lindsay LaVanchy interpreta Ursa, a guerreira viking, e Louis Ozawa assume os papéis de Kenji e Kiyoshi, os irmãos em conflito no Japão feudal. Cherami Leigh como a jovem Ursa e Andrew Morgado como Chefe Zoran também contribuem para a riqueza sonora da produção. Britton Watkins, por sua vez, dá voz ao imponente Warlord Predator, garantindo que a ameaça alienígena seja tão imponente quanto nas versões live-action.
Os personagens, embora apresentados em arcos curtos devido ao formato de antologia, conseguem estabelecer uma conexão com o público. A força de Predador: Assassino de Assassinos reside, em grande parte, na capacidade de Trachtenberg de nos fazer importar com a parte humana da história. Ursa, a viking em busca de vingança, personifica a resiliência e a ferocidade humana diante do impossível. A dinâmica entre Kenji e Kiyoshi explora temas de honra e rivalidade familiar, adicionando uma camada dramática às sequências de ação. Torres, o piloto da Segunda Guerra, representa a astúcia e a capacidade de adaptação do ser humano em um cenário de combate aéreo. Embora as histórias sejam diretas, a simplicidade não é um defeito, mas uma escolha que permite que a ação e o impacto visual se destaquem, sem sobrecarregar o espectador com tramas excessivamente complexas. A vulnerabilidade e a determinação desses personagens, mesmo diante de um inimigo superior, são o que realmente ressoa e mantém o espectador engajado.
Narrativa e Temática: Além da Simples Caçada

Predador: Assassino de Assassinos adota um formato antológico, dividindo-se em três segmentos distintos: “O Escudo”, “A Espada” e “A Bala”. Cada um explora um período e um cenário diferente, apresentando novos desafios e variações do Predador. Essa estrutura permite uma exploração mais ampla da mitologia da franquia, mostrando como o Yautja se adapta e caça em diferentes contextos históricos e culturais. A simplicidade das narrativas, como apontado por algumas críticas, é uma virtude que evita a sobrecarga e permite que o foco permaneça na ação e na interação entre caçador e caçado.
O filme não se aprofunda em complexidades filosóficas, mas toca em temas universais como poder, sobrevivência e a incessante busca por um adversário digno. A citação inicial sobre o Código de Honra dos Yautja – “Vá para as estrelas e procure apenas as presas mais fortes. Elas serão o seu troféu” – serve como um fio condutor, unindo as diferentes histórias e reforçando a natureza predatória e ritualística da espécie alienígena. A animação explora a ideia de que, independentemente da era ou da tecnologia, a essência da caçada permanece a mesma, e a humanidade, em suas diversas formas, sempre encontrará uma maneira de lutar e, por vezes, surpreender o predador. A brutalidade das mortes e a violência explícita, que justificam a classificação etária, são elementos que reforçam a natureza implacável do Predador e a desesperança da situação dos humanos, mas também a sua capacidade de resistência.
Virtudes e Defeitos: Um Equilíbrio Sangrento

Entre as maiores virtudes de Predador: Assassino de Assassinos está, sem dúvida, sua capacidade de inovar dentro de uma franquia estabelecida. A escolha da animação é um golpe de mestre, permitindo uma liberdade visual e coreográfica que o live-action dificilmente alcançaria. As sequências de ação são eletrizantes, com destaque para as batalhas aéreas e os combates no gelo e no Japão feudal. A trilha sonora, que incorpora elementos do tema original de Predador, contribui para a atmosfera de tensão e adrenalina. A forma como o filme expande a mitologia do Predador, sem se prender a explicações excessivas, é outro ponto positivo, deixando espaço para a imaginação do espectador e para futuras explorações.
No entanto, a natureza antológica do filme pode ser vista como um defeito por aqueles que buscam uma narrativa mais profunda e personagens com arcos de desenvolvimento mais longos. A brevidade de cada segmento, embora funcional para o ritmo e a ação, impede um aprofundamento maior nas motivações e na psicologia dos personagens humanos. Algumas das histórias são mais impactantes que outras, e a transição entre elas, embora fluida, pode deixar um desejo por mais tempo com cada protagonista. A simplicidade da trama, embora intencional, pode não agradar a todos que esperam reviravoltas complexas ou dilemas morais intrincados. Contudo, para os fãs da ação desenfreada e da essência pura do Predador, esses são detalhes menores diante do espetáculo que é entregue.
O Triunfo Animado do Predador
Predador: Assassino de Assassinos é um triunfo da animação e uma prova de que a franquia ainda tem muito a oferecer. É um filme que abraça sua natureza brutal e a eleva através de uma direção visual impecável e sequências de ação de tirar o fôlego. Para os fãs de longa data e para os novatos, é uma experiência que honra o legado do Predador enquanto o impulsiona para um futuro promissor.
Nota IMDb: 7.8/10
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