Guia Definitivo James Bond: Tudo Sobre o Espião Mais Amado do Cinema


Desde sua criação em 1953 pelo escritor Ian Fleming, James Bond se tornou muito mais que um personagem; é um ícone cultural que define o espião sofisticado e letal. Com mais de 60 anos de história nas telas, a franquia evoluiu, apresentando diferentes visões do agente 007, desde as aventuras mais despretensiosas de Roger Moore até a intensidade crua de Daniel Craig. Este guia completo percorre a fascinante jornada cinematográfica de Bond, explorando cada era, sua conexão com os livros e a grande questão: os filmes formam uma saga contínua ou são missões isoladas? Prepare seu drink (vodca martini – batido, não mexido) e embarque nesta missão.


A Gênese de um Ícone: De Ian Fleming para o Mundo

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Ian Fleming, um ex-oficial da inteligência naval britânica, buscou na própria experiência a inspiração para criar seu herói. O nome “James Bond” foi uma homenagem propositalmente simples e comum a um ornitólogo americano, autor do livro Birds of the West Indies. Fleming queria um homem comum a quem coisas extraordinárias aconteciam, um “instrumento cego” a serviço do governo de Sua Majestade.

O primeiro romance, Casino Royale, publicado em 1953, foi um sucesso instantâneo. A transição para o cinema aconteceu em 1962, com 007 Contra o Satânico Dr. No, estrelado por um então desconhecido Sean Connery. O filme, feito com um orçamento modesto, tornou-se um fenômeno global, dando início à “Bondmania” e à franquia cinematográfica mais longeva e bem-sucedida da história.


Era por Era: O Guia Cronológico dos 007 no Cinema


A franquia Bond é única por ter reinventado seu protagonista várias vezes. Aqui está a lista completa dos 25 filmes oficiais produzidos pela EON Productions, organizados por ator e ordem de lançamento.


A Era Clássica: Sean Connery e George Lazenby


Esta é a era fundadora, que estabeleceu todas as regras do universo Bond. Sean Connery definiu o personagem com uma mistura inigualável de charme, brutalidade e ironia. A breve passagem de George Lazenby por um filme mais introspectivo também é um marco importante.


1. 007 – Contra o Satânico Dr. No (1962)

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Diretor(a): Terence Young

Bond investiga o misterioso Dr. No, que planeja sabotar lançamentos espaciais em sua base no Caribe. O filme que deu início à lenda, introduzindo a fórmula clássica de ação, charme e vilões memoráveis.

Nota IMDb: 7.2/10


2. Moscou Contra 007 (1963)

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Diretor(a): Terence Young

007 deve roubar um decodificador soviético, caindo em uma armadilha armada pela organização SPECTRE. Um thriller de espionagem mais pé-no-chão e repleto de suspense.

Nota IMDb: 7.3/10


3. 007 – Contra Goldfinger (1964)

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Diretor(a): Guy Hamilton

Bond investiga o bilionário Auric Goldfinger e seu plano audacioso de roubar o ouro de Fort Knox. Considerado um marco, apresenta um dos vilões mais icônicos e define muitos dos elementos característicos da série.

Nota IMDb: 7.7/10


4. 007 – Contra a Chantagem Atômica (1965)

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Diretor(a): Terence Young

A SPECTRE sequestra duas bombas atômicas e exige resgate, levando Bond às Bahamas para enfrentar Emilio Largo. Famoso por suas cenas subaquáticas espetaculares.

Nota IMDb: 6.9/10

5. 007 – Só Se Vive Duas Vezes (1967)

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Diretor(a): Lewis Gilbert

Quando naves espaciais norte-americanas e soviéticas são misteriosamente capturadas em órbita, Bond é enviado ao Japão para evitar uma guerra nuclear. Sua investigação o leva a enfrentar a SPECTRE e seu diabólico líder, Ernst Stavro Blofeld, cuja base secreta está escondida dentro de um vulcão. Este filme é marcado por sua escala épica e a primeira aparição completa de Blofeld.

Nota IMDb: 6.8/10


6. 007 – A Serviço Secreto de Sua Majestade (1969)

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Diretor(a): Peter R. Hunt

Bond conhece o amor verdadeiro com a Condessa Teresa di Vicenzo enquanto persegue Blofeld mais uma vez. Um filme ousado e emocional, com um final impactante que quebra a fórmula.

Nota IMDb: 6.7/10


7. 007 – Os Diamantes São Eternos (1971)

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Diretor(a): Guy Hamilton

Sean Connery retorna ao papel para investigar um contrabando global de diamantes, que descobre ser parte de um plano de Blofeld para usar um satélite laser como arma de chantagem nuclear. Com uma atmosfera mais leve e ação em Las Vegas, o filme é conhecido pelos vilões excêntricos Mr. Wint e Mr. Kidd.

Nota IMDb: 6.5/10


A Era do Estilo e do Humor: Roger Moore


Roger Moore trouxe um tom mais leve, cômico e extravagante para o personagem. Sua era é marcada por gadgets impossíveis, vilões megalomaníacos e uma ênfase no humor de duplo sentido, refletindo o estilo dos anos 70 e 80.


8. 007 – Viva e Deixe Morrer (1973)

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Diretor(a): Guy Hamilton

007 investiga um ditador caribenho que usa magia negra e tráfico de drogas para dominar o mercado. Primeiro filme de Moore, com uma trilha sonora icônica de Paul McCartney.

Nota IMDb: 6.7/10


9. 007 – Contra o Homem da Pistola de Ouro (1974)

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Diretor(a): Guy Hamilton

Bond é alvo do assassino de aluguel Francisco Scaramanga, o “Homem da Pistola de Ouro”. Conhecido por seu vilão carismático e um tom mais auto-irônico.

Nota IMDb: 6.7/10


10. 007 – O Espião Que Me Amava (1977)

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Diretor(a): Lewis Gilbert

Bond se une a uma espiã soviética para enfrentar um megalomaníaco que quer destruir o mundo. Introduz a personagem Anya Amasova e é um dos filmes mais aclamados de Moore.

Nota IMDb: 7.1/10


11. 007 – Contra o Foguete da Morte (1979)

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Diretor(a): Lewis Gilbert

007 vai para o espaço para impedir que um vilão extermine a humanidade e recrie a raça humana. O ápice da extravagância da era Moore, inspirado pelo sucesso de Guerra nas Estrelas.

Nota IMDb: 6.2/10


12. 007 – Somente Para os Seus Olhos (1981)

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Diretor(a): John Glen

Em uma história mais realista e pé-no-chão, Bond busca um valioso sistema de comunicação subaquático perdido. Uma tentativa de retornar às raízes após a fantasia de 007 Contra o Foguete da Morte.

Nota IMDb: 6.7/10


13. 007 – Contra Octopussy (1983)

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Diretor(a): John Glen

Bond desvenda um esquema que envolve um circo itinerante e a explosão de uma bomba nuclear. Combina elementos clássicos de espionagem com situações absurdas.

Nota IMDb: 6.5/10


14. 007 – Na Mira dos Assassinos (1985)

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Diretor(a): John Glen

Bond enfrenta um industrial que planeja causar um terremoto na Califórnia. Marcou a despedida de Roger Moore do papel.

Nota IMDb: 6.3/10


A Era Sombria e Realista: Timothy Dalton e Pierce Brosnan


Timothy Dalton trouxe uma interpretação mais sombria e fiel aos livros, enquanto Pierce Brosnan conseguiu unir o charme clássico com a ação moderna dos anos 90, revitalizando a franquia.


15. 007 – Marcado Para a Morte (1987)

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Diretor(a): John Glen

Bond se envolve em uma complexa teia de traição durante a defesa de um desertor soviético. Dalton apresenta um 007 mais sério e brutal.

Nota IMDb: 6.7/10


16. 007 – Licença Para Matar (1989)

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Diretor(a): John Glen

Em uma missão pessoal, 007 busca vingança contra um traficante que atacou seu amigo Felix Leiter. Um filme visceral e violento, mais próximo de um thriller de ação da época.

Nota IMDb: 6.5/10


17. 007 – Contra GoldenEye (1995)

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Diretor(a): Martin Campbell

Bond enfrenta um inimigo do passado que planeja usar uma arma satelital contra Londres. Brosnan revitalizou a franquia, equilibrando tradição e modernidade.

Nota IMDb: 7.2/10


18. 007 – O Amanhã Nunca Morre (1997)

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Diretor(a): Roger Spottiswoode

007 precisa impedir que um magnata da mídia provoque uma guerra entre o Reino Unido e a China. Um vilão premonitório em sua crítica ao sensacionalismo midiático.

Nota IMDb: 6.5/10


19. 007 – O Mundo Não é o Bastante (1999)

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Diretor(a): Michael Apted

Bond protege a herdeira de um império petrolífero alvo de um terrorista que não sente dor. Destaca-se pela complexa vilã Elektra King.

Nota IMDb: 6.4/10


20. 007 – Um Novo Dia Para Morrer (2002)

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Diretor(a): Lee Tamahori

Após ser preso e trocado, Bond persegue um traidor e um vilão que usa um satélite de destruição. O filme mais criticado de Brosnan por seu excesso de CGI e elementos fantásticos.

Nota IMDb: 6.1/10


A Era Narrativa e Emocional: Daniel Craig (Cronologia Linear)


Daniel Craig reinventou Bond como um personagem complexo e vulnerável. Sua era constitui a primeira e única cronologia linear da franquia, onde acompanhamos um arco de personagem completo, do início cru à conclusão definitiva.


21. 007 – Cassino Royale (2006)

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Diretor(a): Martin Campbell

Um Bond “iniciante” e cru precisa derrotar um financiador do terror em um jogo de pôquer high-stakes. Um reinício ousado e aclamado, focado no drama e no desenvolvimento do personagem.

Nota IMDb: 8.0/10


22. 007 – Quantum of Solace (2008)

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Diretor(a): Marc Forster

Ação direta após o filme anterior, com Bond perseguindo a organização por trás de Le Chiffre, enquanto lida com a dor da traição de Vesper.

Nota IMDb: 6.6/10


23. 007 – Operação Skyfall (2012)

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Diretor(a): Sam Mendes

O passado de M volta para assombrá-la, forçando Bond a proteger o MI6 de um inimigo pessoal. Um filme visualmente deslumbrante que explora o passado de Bond e a relevância do MI6.

Nota IMDb: 7.8/10


24. 007 – Contra Spectre (2015)

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Diretor(a): Sam Mendes

Uma mensagem do passado leva Bond à organização SPECTRE e a seu misterioso líder, Ernst Stavro Blofeld, revelando uma conexão pessoal chocante.

Nota IMDb: 6.8/10


25. 007 – Sem Tempo Para Morrer (2021)

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Diretor(a): Cary Joji Fukunaga

Bond, já aposentado, é arrastado de volta ao serviço para enfrentar um novo vilão armado com nanobots. O épico e emocionante capítulo final da era Craig.

Nota IMDb: 7.3/10


Contos Isolados vs. Cronologia Canônica: Uma Questão de Era

Aqui reside uma das características mais interessantes da franquia. Para a maior parte de sua história, os filmes de James Bond foram missões isoladas:

Autocontidos: Com exceção de algumas aparições recorrentes de vilões como Blofeld, a maioria dos filmes de Connery, Lazenby, Moore, Dalton e Brosnan pode ser assistida em qualquer ordem. Cada filme é um capítulo fechado, com um novo vilão e uma nova missão.

Reinícios Suaves: Quando um novo ator assumia o papel, o filme funcionava como um “reinício suave”. A mudança de ator não era explicada no universo da história, mantendo a ideia de que era o mesmo Bond, apenas com uma nova face.

Tudo mudou com Daniel Craig. Sua era constitui a primeira e única cronologia linear da franquia:

Arco de Personagem: Casino Royale mostra um Bond bruto e recém-promovido a agente 00. Ao longo de cinco filmes, acompanhamos seu desenvolvimento emocional, suas traições, perdas e amadurecimento.

Narrativa Contínua: Eventos de um filme impactam diretamente o próximo. A morte de Vesper em Casino Royale é a motivação emocional de Bond em Quantum of Solace. A revelação da SPECTRE em Spectre e sua conexão com o passado de Bond levam diretamente aos eventos de No Time to Die.

Conclusão Definitiva: A era de Craig é a única que apresenta um final fechado e definitivo para a história de seu James Bond, algo impensável nos filmes anteriores.


Curiosidades que Até M poderia Se Surpreender

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A Cena com a Rainha: Para a abertura das Olimpíadas de Londres 2012, a Rainha Elizabeth II participou de uma cena de ação ao lado de Daniel Craig como 007.

Inspiração para Indiana Jones: O lendário diretor Steven Spielberg é um grande fã de Bond. Ele é tão fã, que deixou um easter eag de 007 – Viva e Deixe Morrer (1973) em Tubarão (A placa continha o número “007”, a palavra “Louisiana” e os anos “72 e 73”, anos de produção e lançamento do filme de Bond e o local das filmagens do filme). Os roteiristas de 007 – o Espião Que Me Amava batizaram o vilão com dentes de aço de “Jaws” (Tubarão, em inglês) como agradecimento.

Dentes de Leite: Na intensa cena de luta de Casino Royale, Daniel Craig realmente perdeu dois dentes durante as filmagens.

O Primeiro Bond: Antes de Sean Connery, Barry Nelson foi o primeiro a interpretar Bond em uma adaptação para a TV de Casino Royale em 1954, onde o agente era retratado como americano.

O Biquíni Histórico: O famoso biquíni branco usado por Ursula Andress em 007 – Contra o Satânico Dr. No foi leiloado em 2001 por US$ 60 mil.


A Herança Atemporal do Agente 007

A jornada de James Bond no cinema é um reflexo da própria cultura popular ao longo de seis décadas. O personagem se adaptou aos tempos, alternando entre o charme descontraído, a ação extravagante e o drama psicológico, sem nunca perder sua essência. A grandeza da franquia está justamente em sua flexibilidade: ela pode ser uma coleção de aventuras divertidas e estilizadas para se assistir em qualquer ordem, ou uma saga cinematográfica profunda e emocionalmente carregada.

A pergunta que fica não é sobre qual era é a “melhor”, mas como cada uma contribuiu para o rico mosaico que é o legado de 007. Com a Amazon MGM assumindo o controle criativo da franquia, o mundo aguarda ansioso para ver qual será a próxima reinvenção do espião mais famoso do mundo.

E você, qual era de Bond marca mais a sua geração? É fã dos filmes isolados e cheios de gadgets ou prefere a narrativa linear e emocional de Daniel Craig? Conte para nós nos comentários qual é o seu 007 favorito!

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