A Disney prometeu reinventar Branca de Neve para uma nova geração, mas o resultado é um live-action que tropeça entre a falta de identidade e a polêmica. Dirigido por Marc Webb, o filme chegou aos cinemas em março de 2025 sob uma nuvem de expectativas contraditórias: enquanto o trailer acumulou 700 mil deslikes, a promessa de “modernizar” o clássico atraiu olhares curiosos. Infelizmente, o que se revela é um projeto inseguro, repleto de escolhas técnicas duvidosas e uma narrativa que abandona a magia original em troca de superficialidade, sendo apenas um espetáculo cheio de polêmicas e tedioso.
O Fardo da Expectativa: Um Trailer Odiado e uma Recepção Desastrosa

Antes mesmo de sua estreia, Branca de Neve (2025) já havia se tornado um símbolo de controvérsia. O trailer, lançado em dezembro de 2024, acumulou mais de 700 mil deslikes, antecipando uma reação pública hostil. A Disney, que apostou em uma releitura “moderna” do conto clássico, viu-se enredada em críticas sobre representatividade, escolhas estéticas duvidosas e um roteiro que parece ter sido escrito às pressas. O resultado final é um filme que não apenas decepciona como também questiona a sanidade criativa do estúdio.
Vozes Desafinadas e Carisma Perdido

Rachel Zegler, escalada como Branca de Neve, entrega uma performance que oscila entre a ingenuidade forçada e a falta de profundidade. Seu canto, apesar de tecnicamente correto, carece da magia necessária para canções icônicas como Someday My Prince Will Come. Já Gal Gadot, inicialmente cotada para dar uma nova dimensão à Rainha Má, tem sua participação drasticamente reduzida — um ajuste tardio da Disney após críticas ao visual “excessivamente sexy” da personagem. O que poderia ser um papel marcante transforma-se em uma aparição genérica, desperdiçando o potencial da atriz.
Os anões, reimaginados como seres quase caricatos, são outro ponto fraco. Seus designs exagerados, com proporções corporais distorcidas e CGI mal executado, lembram mais um esboço de Shrek do que personagens de um filme que custou mais de US$ 200 milhões. A química entre eles e Branca de Neve é inexistente, tornando cenas que deveriam ser emocionantes em exercícios de paciência.
Um Visual Genérico e um Roteiro Sonolento

A direção de Marc Webb (O Espetacular Homem-Aranha) opta por uma abordagem segura, quase burocrática, que não arrisca nada além de clichês. A fotografia, embora colorida, parece reciclada de outros live-actions da Disney, como Cinderela (2015) ou A Bela e a Fera (2017). Sequências que poderiam explorar a escuridão do conto original, como a fuga de Branca de Neve pela floresta, são filmadas com uma iluminação tão artificial que chegam a lembrar um comercial para a TV.
O roteiro, por sua vez, é uma colagem de diálogos esquecíveis e reviravoltas previsíveis. A tentativa de inserir “feminismo” na trama — como Branca de Neve liderando os anões — parece forçada e deslocada, sem nenhum desenvolvimento coerente. Até mesmo o clímax, que envolve um duelo musical entre a protagonista e a Rainha Má, é executado com tanto desleixo que chega a ser constrangedor.
Entre o Progresso e a Inércia

A Disney prometeu um filme que “redefiniria” Branca de Neve para o século XXI, mas o resultado é uma mistura confusa de tradição e modernidade mal digerida. A mensagem sobre “poder feminino” é superficial, reduzindo-se a frases de efeito vazias, enquanto a moralidade do conto original é diluída em subtramas desnecessárias. A tentativa de abordar diversidade, como a inclusão de anões com diferentes etnias, é elogiável, mas mal explorada — seus personagens são reduzidos a estereótipos de “comediante” ou “valentão”. Para um longa que se diz inclusivo, a escolha de CGI em detrimento à sete atores com nanismo é no mínimo duvidosa.
A ausência de ousadia é sintomática de um estúdio que prioriza segurança comercial sobre inovação. Em vez de reinventar o mito, o filme repete fórmulas gastas, como a dependência de efeitos visuais genéricos e uma trilha sonora que não acrescenta nada de novo às canções clássicas.
Um Espelho Quebrado
Branca de Neve (2025) é um exemplo clássico de como a nostalgia mal utilizada pode arruinar uma história amada. Com personagens mal desenvolvidos, escolhas técnicas questionáveis e uma direção que parece dormir no ponto, o filme não apenas falha em honrar o legado da animação de 1937 como também se torna um dos piores live-actions da Disney nesta década. É uma pena que um conto sobre beleza e esperança tenha se transformado em um espetáculo de mediocridade.
Nota do IMDb: 1.8/10
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