Há uma magia peculiar em encontrar uma série que não só nos entretém, mas que mexe com nossas emoções mais profundas, que nos faz mergulhar em um turbilhão de sentimentos e, no final, nos deixa com a tela embaçada e o coração apertado. Em um mundo onde o conteúdo é consumido em velocidade recorde, essas produções que tocam a alma são as que verdadeiramente permanecem conosco. Elas falam de amor, perda, resiliência e da complexidade das relações humanas, criando fios invisíveis que nos conectam com personagens que, de repente, parecem mais reais do que ficcionais. Este artigo é uma homenagem àquelas séries que nos fizeram desidratar de tanto chorar, uma jornada emocional pelos momentos mais comoventes da televisão recente.
1. This Is Us (2016-2022)
A série acompanha a vida da família Pearson através de diferentes linhas do tempo, mostrando os pais Jack e Rebecca criando seus três filhos em diferentes fases da vida. A narrativa não linear entrelaça passado, presente e futuro, revelando conexões emocionantes entre gerações e explorando temas universais como amor familiar, luto e identidade.
Destaque: A revelação sobre como Jack Pearson morreu foi um momento de televisão devastadoramente perfeito. A combinação da atuação visceral de Milo Ventimiglia e Mandy Moore, a direção sensível e uma trilha sonora que acentua cada emoção criou uma cena que ficou gravada na memória coletiva dos espectadores.
Nota IMDb: 8.7/10
2. Morrendo por Sexo (2025)
Baseada na história real de Molly Kochan, uma mulher que, após receber um diagnóstico de câncer de mama em estágio 4, decide abandonar seu marido e embarcar em uma odisseia sexual em busca de satisfação física antes que seja tarde demais. A série transforma uma premissa potencialmente chocante em uma reflexão profundamente humana sobre a variedade das conexões humanas e a busca por significado face à mortalidade.
Destaque: O retrato íntimo e sem julgamentos da morte de Molly oferece um dos momentos mais comoventes já vistos na televisão. Michelle Williams entrega uma atuação primorosa que evita o sentimentalismo barato, mostrando uma serena e comovente aceitação.
Nota IMDb: 8.5/10
3. Justiça por Uphaar (2023)
Baseada na tragédia real do incêndio no cinema Uphaar na Índia em 1997, que resultou na morte de 59 pessoas, a série acompanha a luta de 25 anos de Neelam e Shekhar Krishnamoorthy por justiça após perderem seus dois filhos adolescentes no desastre. É um retrato comovente de luto, resiliência e a incansável busca por responsabilização em face a uma burocracia agonizante.
Destaque: As performances de Abhay Deol e Rajshri Deshpande como os pais enlutados são de uma autenticidade que corta o coração. A direção evita a dramatização excessiva, permitindo que a dor silenciosa e a determinação quieta dos personagens ocupem o centro do drama, criando uma atmosfera de realismo esmagador.
Nota IMDb: 8.3/10
4. The Leftovers (2014-2017)
Dois anos após o “Sudden Departure”, um evento inexplicável que fez 2% da população mundial desaparecer instantaneamente, a série explora como os que ficaram para trás tentam seguir com as vidas em um mundo onde o luto se tornou uma experiência global. A trama se concentra na cidade de Mapleton e em seus residentes enquanto eles navegam por um novo normal repleto de seitas religiosas, milagres duvidosos e uma dor que nunca cicatriza completamente.
Destaque: O episódio “International Assassin” é uma obra-prima da televisão que explora o luto e a redenção de forma surreal e profundamente comovente. A cena final da segunda temporada, com a família Garvey reunida e a pergunta “você se sente melhor agora?” ressoa como um dos finais de temporada mais emocionalmente satisfatórios já realizados.
Nota IMDb: 8.3/10
5. Recomeço (2023)
Amy, uma americana que passa uma temporada na Itália, se apaixona por Lino, um charmoso chef de cozinha. O que começa como um romance de conto de fadas enfrenta os desafios das diferenças culturais entre suas famílias e um obstáculo inesperado que transformará completamente a história de amor deles. A série explora não apenas o amor romântico, mas os laços familiares que nos moldam e as difíceis escolhas entre o coração e a obrigação.
Destaque: O momento em que as diferenças culturais e um desafio inesperado testam o amor do casal é retratado com uma sensibilidade que arrancou lágrimas de milhares de espectadores. A química entre os protagonistas e a representação honesta do custo emocional do amor a longa distância criam momentos de genuína comoção.
Nota IMDb: 7.9/10
6. Mr. Loverman (2025)
Barry Loverman é um homem carismático de 70 anos, marido, pai e avô que mantém em segredo um relacionamento de décadas com seu amante Morris. Quando sua esposa Carmel descobre a verdade após 50 anos de casamento, a vida de Barry desmorona, forçando-o a confrontar as escolhas que fez e o preço da dupla vida que levou, moldada pelo que sua geração considerava respeitável.
Destaque: A atuação vencedora do BAFTA de Lennie James como Barry é um estudo em nuance emocional. A cena em que Carmel, interpretada pela igualmente brilhante Sharon D. Clarke, confronta Barry sobre suas cinco décadas de desonestidade é um dueto devastador que explora a complexidade do amor, traição e autenticidade sem criar vilões.
Nota IMDb: 8.6/10
7. Anne With an ‘E’ (2017-2019)
Baseada no clássico literário “Anne de Green Gables”, a série segue Anne Shirley, uma órfã imaginativa e resiliente que é adotada por engano por um casal de irmãos idosos em uma fazenda na Ilha do Príncipe Eduardo no final do século XIX. A série expande a fonte original para explorar temas profundos como trauma, pertencimento, feminismo e preconceito, tudo através dos olhos de uma jovem determinada a encontrar beleza no mundo apesar de suas muitas adversidades.
Destaque: A cena em que Anne, pela primeira vez, chama Marilla de “mãe” é um momento de emocionante conquista emocional que representa sua jornada de encontrar um lugar para chamar de seu. A performance de Amybeth McNulty como Anne captura perfeitamente a vulnerabilidade e resiliência de uma criança que persevera apesar de repetidas rejeições.
Nota IMDb: 8.7/10
8. Trinta e Nove (2022)
A série coreana acompanha a profunda amizade entre três mulheres que se conhecem desde a infância e agora estão com 39 anos. Quando uma delas recebe um diagnóstico de câncer terminal, as três precisam navegar pela crise juntas, apoiando-se mutuamente enquanto enfrentam questões de amor, perda e o significado da vida. É um retrato comovente de como a amizade feminina pode servir como âncora durante as tempestades mais devastadoras da vida.
Destaque: A cena em que as amigas relembram momentos significativos de sua amizade enquanto se preparam para o inevitável é um tributo comovente ao poder duradouro do amor platônico. A série evita melodrama excessivo, optando por momentos quietos e autênticos que retratam realisticamente o processo de luto antecipatório.
Nota IMDb: 7.6/10
9. The Handmaid’s Tale (2017-2024)
Em um futuro distópico, uma facção teocrática derrotou o governo dos EUA e instituiu a República de Gilead, onde as mulheres férteis, conhecidas como “Aias”, são forçadas a gerar filhos para a elite dominante. A série segue June Osborne em sua jornada de sobrevivência, resistência e busca desesperada por sua filha sequestrada em um regime que sistematicamente despoja mulheres de seus direitos e agência.
Destaque: O close final de June na terceira temporada, enquanto ela ajuda um grupo de crianças a escapar, é um momento eletrizante de resistência silenciosa que se tornou icônico. A direção de arte sombria e a fotografia claustrofóbica criam uma atmosfera opressiva que torna cada pequeno ato de rebeldia emocionalmente catártico.
Nota IMDb: 8.4/10
10. Inacreditável (2019)
Baseada em eventos reais, a série acompanha a jornada de Marie Adler, uma adolescente que é processada por mentir após reportar ter sido estuprada, e as duas detetives que, anos depois, em jurisdições diferentes, descobrem uma série de ataques conectados. A série é uma exploração comovente e furiosa sobre trauma, resiliência e a falha de sistemas que deveriam proteger as vítimas.
Destaque: O momento em que Marie finalmente é acreditada e recebe justiça após anos de descrédito e vergonha é uma das cenas mais catárticas da televisão recente. Kaitlyn Dever oferece uma performance visceral que captura perfeitamente o trauma complexo de uma sobrevivente que foi traumatizada duas vezes – primeiro por seu agressor, depois pelo sistema.
Nota IMDb: 8.4/10
O Poder Catártico das Lágrimas: Por que Precisamos de Séries Que Nos Fazem Chorar
Em um mundo que frequentemente nos incentiva a esconder nossas vulnerabilidades, essas 10 séries nos oferecem um espaço seguro para sentir profundamente. Elas validam nossas próprias dores e alegrias, nos lembrando que a capacidade de chorar com personagens fictícios é, na verdade, uma celebração de nossa própria humanidade compartilhada. As histórias que nos comovem mais profundamente são aquelas que refletem verdades universais sobre amor, perda, resiliência e a complexidade das conexões humanas.
Cada lágrima derramada durante essas séries é um testemunho do poder da narrativa para criar empatia, para nos conectar com experiências fora de nossas próprias e, finalmente, para nos ajudar a processar nossas próprias emoções. Essas produções não são apenas entretenimento – são experiências emocionais compartilhadas que nos lembram que, não importa quão isolados possamos nos sentir às vezes, nossa capacidade de sentir nos une.
E você, qual série recente te fez chorar até desidratar? Compartilhe sua experiência emocional nos comentários abaixo – suas lágrimas favoritas podem ser a recomendação perfeita para outro espectador em busca de uma catarse bem merecida.