Prepare-se para uma imersão ainda mais profunda no submundo do crime organizado brasileiro. A segunda temporada de DNA do Crime na Netflix não apenas mantém o ritmo eletrizante que conquistou o público, mas eleva a aposta, entregando uma narrativa mais complexa e cenas de ação que rivalizam com as grandes produções internacionais. Inspirada em eventos reais, a série mergulha na intrincada teia de investigações da Polícia Federal, revelando os desafios e sacrifícios de agentes que buscam desvendar crimes que transcendem fronteiras.
O Elenco e a Intensidade das Atuações

O retorno de Maeve Jinkings como Suellen e Rômulo Braga como Benício é um dos pilares que sustentam a força dramática desta temporada. Jinkings entrega uma Suellen mais madura e determinada, confrontando os dilemas da liderança em meio a uma investigação de alta periculosidade. Sua performance é um estudo de resiliência e foco, transmitindo a carga emocional de uma policial que precisa se manter firme diante do caos. Braga, por sua vez, aprofunda a crise existencial de Benício, um personagem que lida com as cicatrizes de perdas passadas e a constante ameaça do presente. A química entre os dois é palpável, e a dinâmica de parceria e conflito é um dos pontos altos da série.
Thomás Aquino, no papel de Sem Alma, continua a ser uma força da natureza, com uma presença magnética que oscila entre a brutalidade e a astúcia. Sua fuga da prisão e o impacto de suas ações na trama são catalisadores para o aumento da tensão. Alex Nader, como Isaac, emerge como o novo antagonista principal, o líder da temida Quadrilha Fantasma. Nader constrói um vilão carismático e implacável, cujas ações audaciosas desafiam a Polícia Federal a cada passo. A complexidade de Isaac, que não se limita a ser um mero criminoso, mas um estrategista com uma visão distorcida de poder, é um dos grandes acertos da temporada.
O elenco de apoio também merece destaque, com atuações sólidas que enriquecem o universo da série. Pedro Caetano como Rossi, Daniel Blanco como Gabriel e Letícia Tomazella como Delegada Vendramin contribuem para a construção de um cenário crível e envolvente. A presença de Daniel Blanco como Gabriel e Letícia Tomazella como Delegada Vendramin, por exemplo, adiciona camadas interessantes à trama, mostrando diferentes facetas da lei e do crime.
Luzes e Sombras da Trama: Uma Perspectiva Crítica

Entre as maiores virtudes de DNA do Crime – 2ª Temporada está a sua capacidade de manter o espectador na ponta da cadeira. A direção de Heitor Dhalia, com episódios também dirigidos por Pedro Morelli e Felipe Vellas, é ágil e dinâmica, utilizando planos-sequência e efeitos práticos de forma exemplar. As cenas de ação são um espetáculo à parte, com perseguições de tirar o fôlego e confrontos armados que transmitem um realismo visceral. A produção, que contou com 180 veículos, barcos, aeronaves, helicópteros, motos e carros, demonstra um investimento significativo que se traduz em qualidade visual e imersão. A série não teme explorar a violência e as consequências brutais do mundo do crime, o que confere uma autenticidade rara em produções nacionais.
No entanto, a série não está isenta de pequenos deslizes. Em alguns momentos, a trama pode se tornar excessivamente complexa, com um grande número de personagens e subtramas que, por vezes, dificultam o acompanhamento. Embora a intenção seja aprofundar o universo do crime, a densidade narrativa pode exigir uma atenção redobrada do espectador. Além disso, a representação de alguns personagens secundários, embora funcional, poderia ter sido mais desenvolvida para evitar a sensação de que servem apenas como engrenagens para o avanço da trama principal. A trilha sonora, embora competente, em certos pontos poderia ter sido mais impactante para sublinhar os momentos de maior tensão ou emoção.
Poder, Moralidade e a Luta Pela Justiça

DNA do Crime – 2ª Temporada continua a explorar temas complexos e relevantes. O poder é um elemento central, manifestado tanto na hierarquia das organizações criminosas quanto na estrutura da Polícia Federal. A série questiona os limites da moralidade, mostrando como a linha entre o certo e o errado pode se tornar tênue para aqueles que vivem à margem da lei e para os que a combatem. A tradição versus modernidade é outro tema sutilmente abordado, especialmente na forma como as investigações policiais se adaptam às novas tecnologias e aos métodos cada vez mais sofisticados dos criminosos. A série também joga luz sobre a corrupção e a burocracia que permeiam as instituições, adicionando uma camada de realismo e crítica social.
O Olhar que Cativa

Heitor Dhalia, como diretor geral, imprime uma visão coesa e impactante à série. A direção é precisa, garantindo que cada cena contribua para a construção da tensão e do suspense. A fotografia, por sua vez, é um dos grandes trunfos visuais da temporada. Utilizando uma paleta de cores que varia entre tons frios e quentes, a série cria uma atmosfera que reflete a dualidade entre a frieza do crime e a paixão dos investigadores. As tomadas aéreas e os planos abertos que mostram a vastidão das fronteiras e a complexidade das operações são particularmente impressionantes, conferindo à produção um escopo cinematográfico. A iluminação é utilizada de forma inteligente para criar sombras e contrastes, acentuando o drama e o mistério.
Um Thriller Policial de Alto Calibre
A segunda temporada de DNA do Crime é um triunfo para a produção nacional. Com um roteiro que não teme a ousadia, atuações convincentes e uma produção de tirar o fôlego, a série se consolida como um dos grandes thrillers policiais da Netflix. Apesar de alguns pontos que poderiam ser aprimorados, a experiência geral é de pura adrenalina e imersão. É uma série que merece ser assistida por quem busca uma trama envolvente, personagens complexos e cenas de ação de alta qualidade. DNA do Crime prova que o Brasil tem capacidade de produzir conteúdo que compete de igual para igual com o que há de melhor no cenário internacional.
Nota do IMDb: 7.2/10
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